Concorrência entre bancos pode baixar o custo do crédito


Paula Brito - 26/01/2018

O custo do crédito do Brasil voltou ao  centro  das  atenções  na última   semana,   com   Federação   dos  Bancos  (Febraban)  e  o  Banco  Central  buscando  formas  de  aliviar  as  taxas  cobradas  do  consumidor.  Isso porque a demanda  por crédito tem crescido e os bancos  não  querem  perder  o  cliente,  especialmente  o  bom  pagador.  O consumidor, porém, só  deve  sentir um alívio consistente em 2019.

Especialistas apontam  que  a   concorrência   entre   as   instituições    deve    contribuir    para    a  redução  do  chamado  spread  bancário. O spread é a diferença entre o  custo  do  dinheiro  para  o  banco  (o  quanto  ele  paga  de  juros  para  captar  o  recurso)  e  o  quanto cobra do consumidor no empréstimo.

Em números: é a taxa média de aplicação (33,4% ao ano) menos a  de  captação  (6,7%  ao  ano),  que  resulta  em  uma  margem  de  26,7  pontos  percentuais,  segundo  dados de novembro do BC.

O principal fator que trava a  redução  do  spread,  de  acordo  com  os  bancos,  é  a  inadimplência, ainda alta.

Como  estratégia  para  atender  esse  movimento,  bastante  diferente  do  boom  do  crédito  voltado  para  o  consumo  em  2012,  o foco das instituições para oferecer taxas mais atrativas passa pela digitalização  e  proximidade  com  o  cliente, afirma Nicola Tingas, economista-chefe  da  Associação  Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento    e    Investimento    (Acrefi). “Isso virou a agenda mais frequente  das  instituições.  Estamos  numa  mudança  qualitativa  de processo”, diz.

Novo panorama

Com ofertas amplamente  divulgadas  em  canais  digitais  e tecnologia  de  análise  de  dados,  as  startups de crédito acirram a disputa  pelo  crédito  mais  barato.  Bruno  Poljokan, da plataforma Just, explica que aos poucos o brasileiro vai se acostumando a essa nova forma de contratar  crédito.  “É  como  e-commerce: as pessoas não faziam compras on-line, mas isso foi mudando”, diz. A fintech, como são chamadas essas  empresas,  que  nasceu  no  fim  de 2016, começou com taxas a partir de 2,99% ao mês – hoje, começa em 1,9% ao mês.

Fonte: Estadão Conteúdo


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