Entram em vigor as novas regras do Cheque Especial.


Paula Brito - 03/07/2018

As novas regras  do  cheque  especial  entraram  em  vigor  no  último  domingo  (01/07),  mas,  se  o  cliente  quiser  renegociar  suas  dívidas,  não  conseguirá  saber  com  exatidão  quais  as condições que os bancos oferecem. Até agora, as  instituições  não  divulgaram claramente quais as linhas que serão  criadas  para  dar  uma  alternativa  mais  barata  para  o  parcelamento  de  débito  nesse  tipo  de  empréstimo,  cuja  taxa  de  juros  média  é  de  311,9%  ao ano, segundo os dados de maio do Banco Central (BC). O Santander afirma  que  não  criará  uma  linha  e  usará  outras já existentes, como a do consignado.  A  Caixa  seguirá  como  referência outras linhas de crédito existentes. As novas  linhas  devem  ser  oferecidas  a  clientes  que  comprometerem  mais  de  15%  do  limite  do  cheque  especial  por 30 dias consecutivos.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirma que  a  intenção  das  novas  regras  é  conscientizar  os  consumidores  e  aumentar  a  transparência  nesse  tipo  de  empréstimo,  que  se  tornou  a  modalidade  de  crédito  mais cara no País em maio, ultrapassando a taxa média do rotativo do cartão de crédito. Apesar de as diretrizes começarem a ser aplicadas,  as  instituições  financeiras  ainda  não  informaram  detalhadamente  quais  serão  os novos produtos, e há poucos dados nos sites dos bancos.

O Banco do Brasil afirmou que informará  o  cliente  sobre  o  uso  do  cheque  especial  via  SMS  ou  notificações no aplicativo e que vai ofertar linhas de crédito parceladas com menor custo. As condições variam de acordo com o perfil de cada cliente, e as soluções  passam  pelo  crédito  consignado  (em média, 2,45% ao mês) até a linha de  parcelamento  de  cheque  especial,  mas o banco não informou quanto de juro será cobrado do cliente. Segundo dados  do  Banco  Central,  as  taxas  de  juros do cheque especial no BB são de 11,99% ao mês e 288,97% ao ano.

O Bradesco informou que terá uma linha de crédito específica. O refinanciamento será com taxas e prazos pré-fixados. Como o banco não informou os juros aplicados e o número de parcelas, hoje, clientes da rede pagam juros  de  11,95%  ao  mês  e  287,39%  ao  ano no cheque especial.

O  Santander  não  vai  criar  um  produto,  mas  oferecerá  opções  existentes, com juros de 1,4% ao mês (crédito  consignado)  até  7,89%  (crédito  pessoal),   dependendo   do   relacionamento do cliente com o banco. As taxas no  cheque  especial  são  de  14,76%  ao mês e 421,83% ao ano.

A  Caixa,  que  cobra  juros  de  12,43%  ao  mês  e  308,08%  ao  ano  no  cheque  especial,  afirma  que  as  linhas  estarão disponíveis nas agências e que seguirão  outras  existentes  como  referência, como a do crédito consignado, de 1,4% ao mês, entre outras.

O Itaú não respondeu. O banco cobra 11,52% ao mês e 269,97% ao ano.

O  Banco  Central  afirmou  que  não  tabela  juros,  e  as  instituições  são  livres para fixarem suas taxas.

Fonte: O GLOBO


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